sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O FARISEU E O PUBLICANO


Ao ler um artigo de Ricardo Gouvêa na revista Ultimato sobre o Triunfalismo e a Teologia da precariedade, me deparei com a verdade explícita da realidade da vida cristã, citando o que ele disse: "Triunfamos sobre a morte espiritual sem nunca deixarmos de ser pecadores". Ele ainda cita o texto bíblico de I João 1.10 que diz: "Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo (DEUS) mentiroso, e a sua palavra não está em nós".

Isso me remete a parábola contada por Cristo do fariseu e do publicano (Lucas 18.9-14). A oração do fariseu foi de si para si mesmo, comparando-se aos "pecadores" miseráveis ele não era como os tais, nem mesmo como o publicano. O publicano por sua vez fez uma oração (modelo) real, verdadeira, dizendo (nem ousava nem ainda levantar os olhos ao céu): " Ó Deus, sê propício a mim, pecador!" Ao final da história ilustrativa, Cristo traz uma afirmação sobre quem foi justificado em sua oração diante de Deus: o publicano, por sua humilhação e reconhecimento de seu estado perante Deus.

Precisamos rever nossos conceitos sobre nós mesmos e repensarmos se somos verdadeiros diante de Deus e das pessoas. Será que por ser crente, cristão, evangélico, discípulo, nascido de novo, convertido, ou sei lá o que mais eclesiasticamente, biblicamente, eu, você, deixamos de ser pecadores? Todos os dias nos deparamos com o ato do pecado e todos os dias precisamos reconhecer que não somos super-homens e super-mulheres. Pode-se não viver pecando, mas convive-se com o pecado que tenazmente assedia. Entendo que Deus aprova e se agrada mais daquele que reconhece seu pecado não omitindo sua vida pecaminosa e lutando dia após dia, sabendo que não deixará de ser pecador, do que aquele que acha que chegou a um estado de pureza, santidade, num grau de perfeição que ninguém é comparável a ele, e ainda que por ser assim, nada o atinge, pois é vitorioso em tudo nessa terra.

Como diz o Ricardo, "isso nos leva a uma vida de mentiras que contamos aos outros e a nós mesmos. Na verdade, temos em comum uma vida de sofrimentos, enfermidades, relacionamentos imperfeitos e fracassos". Ainda, "ser cristão não garante vitória em qualquer faceta da vida (saúde, finanças...). Dizem que não demandá-las de Deus é falta de fé(...) Em Cristo temos vitórias espirituais: a justificação dos pecados, a santificação pessoal e a salvação eterna".

Somos tratados por Deus no nosso pecar diário. Deus permite que pequemos. Não é do seu agrado que pequemos e ele não aprova, mas Ele permite sermos tentados, provados para ver a verdade do nosso coração!

Amado leitor, a salvação foi um ato de Deus em Cristo Jesus, mas a santificação, a transformação é um processo lento. E é preciso passar pela cruz, lembrar em oração que somos pecadores, e que Deus seja propício a nós!


Denn

um pecador sendo aperfeiçoado todos os dias por Cristo Jesus